1 hora, 36 minutos atrás
Centrais sindicais e sindicatos da polícia civil voltam a se reunir na tarde de hoje para analisar a greve dos funcionários, deflagrada há um mês. A reunião acontecerá a partir das 14 horas, entre o presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia do Estado de São Paulo, João Batista Rebouças Neto, e do sindicato dos policiais civis com representantes das centrais sindicais.
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Na reunião, os sindicalistas pretendem discutir o rumo da greve em todo o Estado de São Paulo, após um grave confronto entre policiais civis e militares, ocorrido na tarde de ontem, próximo ao Palácio dos Bandeirantes (sede do governo do Estado de São Paulo). O confronto deixou 24 feridos.
Agencia Estado
2 horas, 38 minutos atrás
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração crítica, antes de deixar a capital moçambicana, Maputo, sobre o confronto ocorrido ontem, em São Paulo, entre agentes da Polícia Civil em greve e integrantes da Polícia Militar (PM). "É uma coisa deplorável que aconteça esse conflito, porque são dois órgãos importantes do Estado", afirmou o presidente.
Questionado sobre a possibilidade de uma intervenção federal para evitar novos confrontos em São Paulo, Lula afirmou que só faria isso a pedido do governo de São Paulo. "Depende. O governo federal só pode entrar se o governo estadual pedir. Eu penso que o governador (José Serra, do PSDB) tem todas as condições de resolver", afirmou.
Grizar Júnior/Futura Press
Manifestante ferido é carregado durante confronto entre polícias Civil e Militar nesta quinta-feira, em São Paulo. Policiais civis exigem reajustes salariais e acusam governador José Serra de não querer diálogo
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Diego Salmen
Para José Martins Leal, presidente do Sindicato de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o governador José Serra mente ao dizer que a greve da Polícia Civil está sendo politizada.
Em entrevista a Terra Magazine, o sindicalista nega que o confronto entre policiais civis e militares ocorrido na quinta-feira, 16, tenha desgastado a relação entre as duas corporações. Leal acusa o governo estadual de não se dispor a negociar com a categoria.
- Não existe nenhuma negociação. O governo não quer conversar. Ele preferiu aquele embate. Ele está pagando para ver, e ele vai se dar muito mal. A cada dia que passa, os ânimos, ao invés de arrefecerem, ficam mais acirrados. Estamos ainda mais entusiasmados para protestar.
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Diz ainda um dos líderes do movimento grevista em São Paulo:
- Ele deveria explicar por que a nossa data-base, que é o dia 1° de março, não foi cumprida até agora, por que ele ficou até julho sem querer nos receber todas as vezes que batíamos na porta do Palácio do Governo. Ele devia explicar isso antes de falar uma mentira tão deslavada.
Confira a seguir a entrevista com José Martins Leal:
Terra Magazine - O confronto de ontem dificulta a relação com a Polícia Militar?
José Martins Leal - De jeito nenhum. Nós não temos nada contra a Polícia Militar. Ela estava cumprindo o papel dela, e quem deu a ordem (de confrontar com os manifestantes) foi o governador. Se o governador nos recebesse ao longo desse ano, ou se não nos deixasse ontem esperando duas horas e meia debaixo de chuva, dizendo que ia formar uma comissão para nos receber... Nós estávamos ali pacientemente, segurando 2500 pessoas. É uma coisa difícil, cada um tem uma cabeça diferente. Mas chegou uma hora que alguns mais exaltados avançaram - avançaram em direção ao Palácio, não para o confronto.
O governador acusou a greve de ter sido instrumentalizada politicamente. Isso é verdade?
Não é verdade. Ele deveria explicar por que a nossa data-base, que é o dia 1° de março, não foi cumprida até agora, por que ele ficou até julho sem querer nos receber todas as vezes que batíamos na porta do Palácio do Governo. Ele devia explicar isso antes de falar uma mentira tão deslavada. Essa é uma mentira. Aliás, é próprio desse governo reiterar mentiras. Não só o governador, como também os secretários de Estado. Ele sabe que (a greve) não é politica, mas a ausência de explicações é tão grande que ele vai por esse caminho. O fato de um político dizer que é solidário à nossa causa no nosso microfone não significa que a greve está politizada.
Como está a negociação neste momento?
Não existe nenhuma negociação. O governo não quer conversar. Ele preferiu aquele embate. Ele está pagando para ver, e ele vai se dar muito mal. Eu tenho certeza disso. A cada dia que passa, os ânimos, ao invés de arrefecerem, ficam mais acirrados. Estamos ainda mais entusiasmados para protestar.
A greve e o confronto entre polícias não prejudicam a população?
Nós temos explicado à população que ela tem de ser solidária, até pelas desculpas dadas pelo governo. Na semana passada nossos colegas foram humilhados. Suspendeu-se uma parcela dos serviços por 48 horas, num sinal de boa vontade da categoria. Foram três reuniões; na terceira, entraram às 16h e saíram às 23h para não ter nenhuma proposta decente. É impressionante o descaso que eles têm conosco.
Há uma expectativa de término da greve?
Não. A expectativa de término é termos uma proposta decente. Queremos que ele chegue, em termos de reajuste, a no mínimo 80% do que nós estamos pedindo. Nesse ano o governador José Serra tem R$ 5,5 bilhões para investir no funcionalismo e não colocou um centavo.
Terra Magazine
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O protesto reuniu um grupo de policiais civis, cuja categoria está em greve desde o dia 16 de setembro. A manifestação ocorreu próximo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O tumulto teria começado quando grevistas teriam tentado furar um bloqueio da PM.
Foram enviados ao local carros do Corpo de Bombeiros, camburões da PM e da tropa de choque, que chegou a atirar bombas de gás de pimenta e lacrimogênio contra os manifestantes. Dois helicópteros e uma ambulância também foram enviados para a área.
O texto publicado pelo espanhol El País definiu o confronto como uma "autêntica batalha campal" e destacou que a manifestação é a quarta que ocorre nos últimos 30 dias. Já a reportagem do Times Online, destaca que, no ano passado, as Nações Unidas apontaram que os baixos salários da polícia brasileira encorajam a corrupção e a formação de grupos paralelos, como as milícias.
Os policiais civis reivindicam aumento salarial de 15%, o que, segundo o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Aloísio Nunes Ferreira, custaria aos cofres públicos cerca de R$ 3 bilhões. Segundo ele, a oferta máxima que o governo pretende conceder é de 6,5%. Os policiais civis devem se reunir hoje com os representantes das entidades de classe para tratar os novos rumos da greve.
Redação Terra
Tropa de Choque da PM e policiais civis entraram em confronto na região do Morumbi, na zona oeste
Carros da PM e a cavalaria foram acionados; houve confronto entre policiais e manifestantes
Policiais civis tentaram passar pelo cordão de isolamento da PM para chegar ao Palácio dos Bandeirantes