Bistrô da Poesia
Deguste... poesia é o alimento da alma!!!
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Meu Diário
01/08/2007 01h55
Eros e Psique... uma linguagem poética e coloquial...

Eros e Psique

"...E assim vêdes, meu Irmão, que as verdades
que vos foram dadas no Grau de Neófito, e
aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto
Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade."

(Do Ritual Do Grau De Mestre Do Átrio
Na Ordem Templária De Portugal)


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.


Fernando Pessoa

=========

Publicado pela primeira vez in Presença, n.os 41-42, Coimbra, maio de 1934. Acerca da epígrafe que encabeça este poema diz o próprio autor a uma interrogação levantada pelo crítico A. Casais Monteiro, em carta a este último:

A citação, epígrafe ao meu poema "Eros e Psique", de um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente - o que é fato - que me foi permitido folhear os Rituais dos três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde cerca de 1888. Se não estivesse em dormência, eu não citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a origem) trechos de Rituais que estão em trabalho [In VO/II.]

===


Somos todos seres encantados que necessitam despertar ou apenas despertamos para o que nos interessa e deixamos o restante adormecido no nosso Eu Inconsciente? Seremos sempre escravos dos nossos medos? Vencer o mal e o bem em nós mesmos é a chave para o verdadeiro conhecimento.

Beijos,

Akasha

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 01/08/2007 às 01h55
 
27/07/2007 06h20
Hino nacional
Hino nacional

Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.

O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonnettes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas.

Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.

Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.

Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...

Precisamos adorar o Brasil.
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão
no pobre coração já cheio de compromissos...
se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.

Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?



Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Publicado por Akasha De Lioncourt
em 27/07/2007 às 06h20
 
26/07/2007 17h45
Pensando com Steiner
"Somente quando houvermos aprendido a amar a objetividade e a realidade das coisas, as coisas tal como são, é que poderemos decidir-nos por meio de razões lógicas. Aprendemos assim gradativamente a pensar de modo objetivo, sem preferência por este ou aquele pensamento. Nossa visão das coisas se alarga, nosso pensamento se torna prático, não no sentido rotineiro, mas de modo tal que os objetos e fenômenos do mundo exterior é que nos ensinam a pensar." (Rudolf Steiner)

Amigo[a], o fim de semana se aproxima novamente... e o que fizemos para que ele seja diferente, para que a semana comece em alto astral? É bom pensarmos nisso para que possamos dar o devido valor ao tempo e às lições que a própria vida nos dá e que teimamos em ignorar muitas vezes.

Beijos,

Akasha
Publicado por Akasha De Lioncourt
em 26/07/2007 às 17h45
 
26/07/2007 16h32
Uma mensagem especial
Talvez única possibilidade da construção de uma "ciência espiritual" ezequível - para aqueles que se propusessem essa tarefa - estaria na experienciação vivencial da cotidianidade, em simultaneidade com a nadificação existencial das adversidades do dia-a-dia, o que permitiria a prática da ressignificação permanente do ôntico; ou seja, na presentificação contínua do ser na existência, ciência que, com esse viés, teria um estatuto epistemológico privilegiado e diferenciado no mundo da cultura humana ao evidenciar o ser existencial em contraponto com o ser cognitivo. Fora isso, alguma outra possibilidade de se construir uma "ciência espiritual" ou se mascara em um subterfúgio para encobrir e dissimular recalques psicológicos, angústias e frustrações; ou nada mais é do que um discurso e um agir que se pretendem legitimar no contexto da cultura humana, como todo e qualquer discurso ou ação; e que, por este motivo, e necessariamente, se encobrem de um (pretenso) objetivismo que reifica a relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento (incluindo-se aqui o próprio sujeito como instância a ser conhecida): uma das tarefas da filosofia seria a crítica denunciativa deste estado de mascaramento e "enrijecimento solipsista" da teoria e prática científicas (sejam elas "materialistas" ou auto-denominadas "espirituais" ou "supra-sensíveis") ao deslocar a nossa atenção para o "ser em existência" (factível e finito) e evitar abordagens que se refugiariam em categorias metafísicas e/ou em instâncias supra-mundanas. (Paul Stofell)
Publicado por Akasha De Lioncourt
em 26/07/2007 às 16h32
 
21/07/2007 14h31
Um bom começo...
Vou iniciar esse diário num dia excelente: sábado. Um sábado atípico, confesso, afinal, tantas coisas aconteceram nessa semana que me emocionei, revoltei-me, entristeci e ao mesmo tempo me fez enxergar que não posso permitir que nada me desanime o suficiente para desistir. Estou abatida com alguns dos acontecimentos não só no âmbito nacional mas também pessoal? Sim, não nego, assim como inegável é a certeza de que minha raça, minha dignidade, minha fé estão sendo a todo momento colocadas à prova mas com perseverança eu conseguirei vencer todos os obstáculos. Deixo-os com esse texto que eu considero um Hino à Coragem desde que o li:

FORJANDO A ARMADURA

Nego-me a submeter-me ao medo
Que me tira a alegria da minha liberdade
Que não me deixa arriscar nada.
Que me torna pequeno e mesquinho, que me amarra,
Que não me deixa ser direto e franco, que me persegue
Que ocupa negativamente a minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias.

No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo
Eu quero viver e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero
Quero pisar firme porque estou seguro, e não para encobrir o meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor e não por temer as
conseqüências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar em nada.
Não quero filosofar, por medo que algo possa me atingir de perto
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável
Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim.

Por medo de errar, não quero me tornar inativo.
Não quero fugir de volta ao velho, o inaceitável. Por medo de não me
sentir seguro de novo.
Não quero fazer-me importante porque tenho medo de ser ignorado.

Por convicção e amor, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que
deixo de fazer
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor
E quero crer no reino que existe em mim.

(Rudolf Steiner)
Publicado por Akasha De Lioncourt
em 21/07/2007 às 14h31
Página 38 de 38
« 31 32 33 34 35 36 37 38