Egotrip
Eis-me aqui, diante de mim!
Desprovida de todo o sentimento,
Alma nua, num eterno lapidar,
Buscando meu ego, meu EU, meu pensamento.
Olho-me no espelho, mas não me reconheço,
Há muito já não vejo em nós as semelhanças,
Quem sou eu??? Olho, analiso, repenso,
Sou alguém que sobrevive de esperanças.
Desnudando os sentimentos, a alma em festa,
Sobrevoando, leve, por todos os meus dias,
Revendo dores, alegrias, sonhos e dissabores,
Redescobrindo um velho baú com antigas poesias.
E, nessa egotrip de proporções poderosas,
Vejo tudo de mim: o belo e o feio...
Muito me assustam as sombras obscuras,
Mas, também me consolam as luzes maviosas.
Uma busca incessante, alucinada,
Mas, que a cada dia mais me entusiasma.
Afinal, sou eu dentro daquele espelho,
E, a qualquer momento, será inevitável, nos encontraremos.
Nessa luta, não há vencidos ou vencedores,
Apenas guerreiros cansados e enlutados,
Choram suas perdas, mas, festejam suas glórias,
Será sempre assim, sem vitória e sem derrota!
(escrito aos 31/01/2005 às 15:16 horas)