TUA
Que queres de mim, senhor de minh'alma?
Como provar-te que o meu amor te pertence?
Por que tuas palavras me invadem e ferem,
Se não ensejo o motivo para proferí-las?
O que preciso fazer para credes no meu amor,
Renúncia é uma palavra que jamais me assustou,
Se este é o problema, faço o que preciso for,
Para não ouvir acusações que ferem minh'alma.
Abro mão de tudo o que te fazes pensar,
Que faz com que eu aja feito uma cortesã.
Só não abro mão de meu amor por ti,
Nem dos meus sonhos, embora a ti pertençam.
Fala, amor meu, o que preciso fazer?
Para não ouvir de ti tais palavras.
Que soam como lâminas cortando minha carne,
Ou talvez pior, pois atinge o mais profundo do meu ser.
Se soubesses, amor meu, o quanto eu te amo,
A intensidade com que te quero ao meu lado,
Nem por um instante pensarias em tais coisas,
Pois saberias que para elas não há espaço.
Acorda, meu amor, abre teus olhos!
Sou tua, e não deves mais temer...