Bistrô da Poesia
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17/06/2009 09h30
Canção Amiga - Carlos Drummont de Andrade
Canção Amiga

Carlos Drummont de Andrade



Eu preparo uma canção
Em que minha mãe se reconheça
Todas as mães se reconheçam
E que fale como dois olhos

Caminho por uma rua
Que passa em muitos países
Se não me vêem, eu vejo
E saúdo velhos amigos

Eu distribuo segredos
Como quem ama ou sorri
No jeito mais natural
Dois caminhos se procuram

Minha vida, nossas vidas
Formam um só diamante
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas

Eu preparo uma canção
Que faça acordar os homens
E adormecer as crianças

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 17/06/2009 às 09h30
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
17/06/2009 09h06
As Sem-razões do Amor (Carlos Drummond de Andrade)
As sem-razões do amor    


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabe sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque te amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

 
 
Carlos Drummond de Andrade

Ouça o Áudio: www.akashalioncourt.prosaeverso.net/audio.php

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 17/06/2009 às 09h06
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14/06/2009 19h36
Sentença para ser lida por um marceneiro (recebi por e-mail)
Essa eu aplaudo em pé!!! Beijos e boa semana a todos!
 
 
O Exmo. Juiz de Direito Gerivaldo Alves Neiva é Juiz de Direito na Bahia, mas deveria ser alçado à condição maior. Leiam a humana sentença que ele prolatou contra a Siemens e outros. Isenta dos maneirismos jurídicos e do palavreado próprio dos magistrados, é uma demonstração de que uma decisão do Judiciário consegue ser uma peça de leitura amena, e compreensível ao leigo, quando escrita com gosto e com o coração. No seu final está o resumo decisivo, ao dizer o Juiz:"No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro."

 Processo Número: 0737/05
 Quem pede: José de Gregório Pinto
 Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell
 Ementa: UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO.
 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR.


Sentença:

Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular,em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais.
Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza!

Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha!

Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens... Não é coisa de segunda-mão, não! Consertado, dias depois não prestou mais. Não se faz mais conserto como antigamente!
 
Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito. Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seuGregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão. Seu José Gregório, marceneiro que é,fabrica e conserta de tudo que é móvel.A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de 'placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador'. Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto. Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da 'incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica.' Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?

Disse mais a Siemens: 'o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto'. Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material deprimeira. Um artesão sabe bem disso. O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocaciade São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefoneque custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo!

A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de 'legitimatio ad causam',também por motivo do 'vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias' e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então 'allegatio et non probatio quasi non allegatio'. E agora, seu Gregório? Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada!  Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!

Diz a lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: 'leve dois e pague um!' Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!

Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou! Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor.

Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!

Por fim, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.

À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça! A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.

Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar. Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o  processo!

Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu 'extra petita', quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.

No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.



Conceição do Coité, Bahia, 21 de setembro de 2005
Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito'

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 14/06/2009 às 19h36
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04/06/2009 14h05
O Filho preferido...
O Filho preferido...
 
 


 
Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido,
aquele que ela mais amava. 
E ela,deixando entrever um sorriso,respondeu:
"nada é mais volúvel que um coração de mãe. 
E, como mãe,lhe respondo:
o filho dileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma,
É o meu filho doente, até que sare.
O que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba.
O que está estudando, até que aprenda.
O que está nu, até que se vista.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namora, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que se cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que cale.
E já com o semblante bem distante daquele sorriso,completou:
o que já me deixou, até que o reencontre.



autor desconhecido

Recebi por e-mail... não resisti e postei!

Akasha

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 04/06/2009 às 14h05
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04/06/2009 13h22
CAPPAZ -Confraria Artistas e Poetas pela Paz
CAPPAZ -Confraria Artistas e Poetas pela Paz

QUEM SOMOS

Quem somos? Somos um grupo de pessoas heterogêneas – afinal, cada um é um... não é mesmo? Mas homogêneas na consecução de idéias e ideais que consideramos valiosos, sagrados.
Buscamos, através do mundo mágico e aguerrido das palavras, da arte e da cultura, pregar, estimular e dar exemplos de Paz, de Amor à preservação do nosso querido e maltratado Planeta-Azul... De nossa encantadora e generosa Mãe-Comum: a Terra!
Não chegamos, aqui, por mero acaso, não. Chegamos, aqui, porque planejamos e aqui queríamos chegar – e estar. Todavia, já experimentamos percalços nesta caminhada de quatro meses – tempo de fundação desta Confraria. Mas, varrendo as pedras do caminho, continuamos nossa marcha – pacífica, ordeira, complexa e verdadeira – desfraldando a Bandeira da Paz (que todos almejam, mas que poucos se atrevem a carregar!) e da Luta Amorosa que muitos pregam mas, na prática, não têm coragem de nela se engajarem – em prol da manutenção da Vida no Planeta!
Somos artistas com artes diversas. E profissionais oriundos, também, de profissões várias. Os objetivos são muitos. A meta é uma. E nós somos – todos! – engajados nesta Luta Branca por uma Vida melhor, justa e digna, baseados em princípios – quem sabe Utópicos! – da Igualdade Franciscana. Paz e Bem é o que queremos. A Paz que começa dentro de nós mesmos e se irradia para o outro, para os outros... para a ausência de Paz! O Bem que tanto almejamos para nós mesmos. E do qual queremos que nosso semelhante participe.
Aqui, somos homens e mulheres, mulheres e homens que ainda não perderam a Esperança e, por isso mesmo, vão à luta – eis que, apesar dos pesares, se auto-impõem o Sagrado Direito de Sonhar. Sonhar que é possível mudar para melhor nossos conflitantes dias. Mas Sonhar fazendo! Sonhar construindo! Sonhar parindo seus Sonhos! Porque, acreditamos: tudo tem que começar no Sonho! Pois, como construí-lo, quando o Sonho não existe? Como pode o poeta, por exemplo, construir o verso, a rima, se o Imaginário não existe?
Queremos fazer algo de útil. Para tanto, temos que acreditar que somos úteis – de fato! Não de faz-de-conta. Pois, faz-de-conta já têm muitos, por aí... São os mesmo de sempre. Nada constroem. Quem sabe, porque não construíram, ainda, nem suas vidas... Apenas falam... e falam... Pois apenas falarem lhes é fácil. E não se arriscam – embora a Vida signifique correr riscos! - porque não têm audácia para chegarem a tanto! Afinal, o destruir é fácil. Difícil é a construção alguma coisa realmente útil – alguma vez na Vida... Criticar é fácil. O difícil é arregaçar as mangas e fazer algo de bom, de necessário e de valioso pelo outro – sem ficar polemizando se valem a pena os riscos da empreitada.
A CAPPAZ tem apenas quatro messes incompletas. É ainda neném – e ainda engatinha. Mas sabe que tem distâncias imensas a percorrer e quer aprender (todos os dias!) com o Mestre Tempo – o irreversível Chronos! E há de aprender! E há de vencer! E a cada Obstáculo, na árdua Luta, há de renascer da própria Dor, do próprio Fogo: como uma FÊNIX ressurge (fortalecida!) das entranhas de Si mesma!

J.J. Oliveira Gonçalves/JJotaPoet@!
Presidente Nacional/CAPPAZ
Porto Alegre, 18 de julho/2008.
16h44min


www.cappaz.com.br/

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