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17/10/2008 11h08
Policiais civis e militares entram em confronto no Morumbi

Policiais civis e militares entram em confronto no Morumbi

Há tiroteio, conflito e bombas de gás lacrimogênio e feridos; civis estão em greve há mais de um mês

Da Redação, com informações de Eduardo Reina e Marcelo Godoy, de O Estado de S. Paulo


Clayton de Souza/AE
SÃO PAULO - 

Policiais militares e civis entraram em conflito por volta das 16 horas desta quinta-feira, 16, durante o protesto dos civis, que estão em greve há um mês. O confronto começou quando a PM barrou a passagem de uma passeata dos policiais civis rumo ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo estadual. Houve tiroteio e algumas pessoas saíram feridas, entre elas o coronel Antão, um dos negociadores da greve, que foi levado ao Hospital Albert Einstein.

 

Alguns dos feridos foram levados Einstein, perto do palácio, e outros ao Hospital São Luís, também próximo ao local do confronto. A assessoria de comunicação do hospital não revelou o estado de saúde deles. Segundo o deputado estadual Roberto Felício (PT), que estava no carro de som dos manifestantes, eles teriam se exaltado quando receberam a notícia que não seriam recebidos pelo governador José Serra (PSDB) para negociar a greve. Serra estava no palácio desde o início da tarde, conforme a assessoria de comunicação do palácio.

 

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A unica declaração pública do governador Jose Serra, foi pela manhã, quando ele afirmou que "com greve não dá para negociar". Depois do incidente Serra não se manifestou, e a assessoria de imprensa do palácio prometeu que uma nota deve ser divulgada ainda nesta quinta. Até o momento não há retomada de negociação da greve.

 

Questionada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que não sabe se o secretário Ronaldo Augusto Bretas Marzagão vai se pronunciar nesta tarde. Até às 17 horas, a assessoria da PM não tinha informações sobre o número de manifestantes e quantas pessoas ficaram feridas no conflito.

 

A Avenida Padre Lebret, próximo a Avenida Morumbi está interditada. A Avenida Morumbi está interditada na altura do Palácio dos Bandeirantes. Um helicóptero Águia da Polícia Militar sobrevoa a área. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não há trânsito nas avenidas, mas há lentidão na região do Morumbi por conta das interdições no trânsito. 

 

"É altamente improvável que não tenha feridos tamanha a quantidade de disparos e bombas", afirmou o deputado estadual Roberto Felício (PT), que estava no carro de som dos manifestantes. Segundo ele, o cheiro de queimado e zumbido de balas é muito grande na região e os ânimos teriam ficado exaltados quando os manifestantes receberam a notícia que não seriam recebidos pelo governo para negociar a greve. 

 

Quarta manifestação 

 

Em greve desde o dia 16 de setembro, os policiais civis de São Paulo organizaram uma grande manifestação nesta tarde. Eles se reuniram na Praça Jules Rimet, em frente ao Estádio do Morumbi, de onde vão tentaram seguir para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, onde queriam ser recebidos pelo governador José Serra. Sem acordo entre a categoria e o governo, a negociação emperrou no índice de reajuste dos salários.

 

Esta será a quarta mobilização da categoria, que já fez três passeatas até a Secretaria da Segurança Pública, a Assembléia Legislativa e a Secretaria de Gestão Pública. "A greve continua com a mesma força. No interior, a adesão é ainda maior. Na capital, a maior parte dos distritos policiais está em funcionamento padrão. Alguns distritos, por serem seccionais, como o de Santa Ifigênia, Pinheiros e Sacomã, continuam com o atendimento normal", afirma Sérgio Marcos Roque, presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo.

 

Na semana passada, a categoria suspendeu a greve por 48 horas, na tentativa de dialogar com o governo. "Mas não recebemos nenhuma proposta concreta. O governo continua intransigente", diz Roque. Na terça, ele esteve em Brasília para conseguir o apoio de deputados federais e senadores para que as negociações com o governo sejam retomadas e nova proposta seja feita.

 

A Secretaria de Gestão Pública reafirmou, por nota, as propostas à categoria. O governo propõe aumento linear de 6,2% a policiais civis da ativa, aposentados e pensionistas; aposentadoria especial; reestruturação das carreiras com a eliminação da 5ª classe e a transformação da 4ª classe em estágio probatório; e a fixação de intervalos salariais de 10,5% entre as classes.

 

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, José Leal, contesta a secretaria. "O governo não procurou os policiais para discutir a questão da reestruturação. E nem tocou no assunto da incorporação dos adicionais no salário da aposentaria", diz. Segundo ele, os profissionais perdem a remuneração adicional quando se aposentam. O governo ofereceu a extinção do nível mais baixo da gratificação de localidade e informou que a incorporação nos salários das gratificações significaria um gasto de R$ 1,8 bilhão por ano. Mas o maior motivo de desacordo ainda é o índice de reajuste. Os policiais já chegaram a pedir 15% para este ano e 12% para os dois anos seguintes.

 

Atendimentos


Para atender à demanda reprimida causada pela greve, a Polícia Militar já registrou 6.637 boletins de ocorrência entre 16 de setembro e o dia 12 deste mês. Uma cópia de cada registro é enviada ao Ministério Público Estadual. A maior parte dos DPs registra apenas ocorrências graves, como homicídios e roubos, e recomenda fazer BOs pela internet. Antes da greve, eram 1,6 mil boletins eletrônicos por dia e agora a média é de 2,5 mil.

A bancária Maria de Medeiros, de 23 anos, tentou registrar o furto da carteira pela internet. "Preenchi o formulário três vezes, mas o sistema apontava erro." Ela decidiu ir ao 1º DP (Sé). A ajudante-geral Josiane Araújo, de 29 anos, grávida de 5 meses, desistiu de registrar o furto da carteira após quase duas horas de espera no DP da Sé. "Estou com muita tontura e dor nas pernas. Perguntei se havia atendimento preferencial, mas o atendente disse que não."

 

Reivindicações

 

link 15% de reposição salarial este ano, mais 12% em 2009 e outros 12% em 2010;

linkEleição para delegado geral, além da definição de critérios para promoção;

link Regulamentação da aposentadoria após 30 anos de carreira;

link Fixação de carga horária em 40 horas semanais.

 

Alternativas

 

linkÉ possível registrar no link Delegacia Eletrônica casos de furtos de veículos, documentos, placas de veículos, celular e desaparecimento e encontro de pessoas;

linkA Secretaria da Segurança Pública criou um serviço de atendimento pelo telefone               (11) 3291-6500        ou pelo e-mail: segurança@ssp.sp.gov.br

 

Texto ampliado às 16h38 para acréscimo de informações.

Estadão

Publicado por Akasha De Lioncourt
em 17/10/2008 às 11h08
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