Existe um dia na nossa vida em que não podemos fazer nada. E este dia é o ontem, o passado, aquilo que ficou pra trás e que não temos mais como interagir com ele e nem modificar os fatos. Parece óbvio, mas é muito freqüente que estejamos vivendo o hoje em função do que passou na nossa vida. Ou, o que é pior, pelo que deixou de acontecer na nossa vida.
É comum dizermos coisas como: "ah, se eu tivesse apenas 18 anos. Eu faria tudo diferente". Ou então: "Eu estou muito velho pra começar isso".
Vou sugerir uma forma um tanto inédita de pensar. Imagine que você não tem mais a idade que tem. Imagine que você pudesse voltar hoje no tempo e ter apenas 1 dia de idade. Mas, neste primeiro dia de sua vida, você já sabe todos os idiomas que você conhece (mesmo que seja apenas o Português), você já tem a sua rede de amizades, toda a cultura que você acumulou até agora, todas as competências profissionais que você dispõe, todos os cursos que já fez, toda maturidade que possui, e, o que é mais importante, você tem a perfeita consciência de que este é o primeiro dia da sua vida. Lhe foi dada hoje uma vida inteira pela frente. Pode ser uma vida de mais uns 40 anos, de mais uns 20 anos ou de mais uns 60 anos. Não importa. É toda uma vida pra ser vivida. Não existe nenhum passado. Tudo que ficou pra trás não pode ser modificado, não pode ser tocado, não pode ser visto, portanto, não existe.
Isto acontece todos os dias. Hoje, neste momento em que você lê este texto, tenha a consciência de que você está numa vantagem enorme em relação àquelas crianças dependentes de 1 dia de idade. Tenha consciência de todo potencial que você dispõe e decida por começar a sua vida hoje, sem medo e sem vergonha de não ter feito ainda tudo que você quis fazer, porque tudo o que passou ou deixou de passar faz parte de algo que não existe. Faz parte do ontem.
Viva! Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida.
O escritor Marcello Pepe trabalhou por muitos anos para o jornalismo brasileiro nos Estados Unidos, onde pôde editar, redigir e diagramar vários periódicos brasileiros. Lançou em 1997 o premiado PlanetaFax, sendo o primeiro informativo diário em português nos EUA.
http://www.planetanews.com/news/2006/10446
O Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo (Sindpesp) repudia a declaração do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB), que disse ter mais medo da Polícia Civil que do PCC (Primeiro Comando da Capital). A afirmação foi feita na manhã deste domingo, após o parlamentar votar na escola estadual Ernesto Monte.
O delegado regional do Sindpesp, Edson Cardia, afirma que Tobias demonstra destempero. “Lamento o destempero novamente demonstrado pelo parlamentar. Comparar a Polícia Civil de São Paulo à organização criminosa que o partido dele, o PSDB, ajudou a criar – tendo em vista que o [ex] governador Alckmin foi intensamente avisado à epoca da insurgência desse grupo e, por razões meramente políticas negava sua existência – é fugir à própria responsabilidade, como tem sido a tônica da atuação do deputado.”
Em nota enviada ao BOM DIA, Edson Cardia prossegue. “Quanto ao episódio do calçadão, muito se tem exagerado. Os policiais não portavam o tal gás pimenta, que não faz parte da munição do policial civil. E mais: quem iniciou o tumulto foi o próprio deputado Pedro Tobias, agindo como baderneiro, ofendendo os policiais imputando-lhes a pecha de 'vagabundos' e gritando em alto e bom som que 'se não estivessem contentes com o salário, que pedissem exoneração'.”
“Vem ele mais uma vez incitar uma polícia contra a outra ao afirmar que a Polícia Militar pode fazer tudo, em última análise, buscando o deputado o descumprimento da Constituição Federal no seu artigo 144”, diz o delegado do Sindpesp. “Lamentamos a comparação infeliz do sr. Pedro Tobias. Lamentamos mais sua inércia na busca de soluções para tão gaves problemas que afligem nosso Estado. E muito mais, pesarosos, protestamos que venha ele a público incitar uma instituição policial contra outra. Isso não se faz. É lançar gasolina na fogueira. É irresponsabilidade”, finaliza.
fonte: www.redebomdia.com.br
O deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) afirma ter ficado magoado com o protesto de policiais civis em greve na última sexta no calçadão da rua Batista de Carvalho, no Centro de Bauru. Por causa do tumulto, o governador José Serra (PSDB), que pedia votos para o candidato à prefeitura Caio Coube (PSDB), teve que deixar a cidade. Tobias endurece as críticas aos policiais e chega a comparar ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
“Eu fiquei um tanto magoado, chateado, medroso com a Polícia Civil, por causa do que eles fizeram com o Serra. Hoje, eu tenho mais medo da Polícia Civil que do PCC. Homem armado mostrava arma para nós. Isso não existe em país democrático, esses policiais deveriam ser presos. Isso é pior que regime militar, na época da repressão”, afirma o parlamentar, que concedeu entrevista logo após votar, na escola estadual Ernesto Monte, às 10h.
“Vou apresentar um projeto na quarta-feira proibindo uso de material do Estado em greve. Isso não pode. É o governador do Estado de São Paulo, a figura institucional do governador. Hoje eu tenho mais medo deles... E mais ainda: a Polícia Militar dá para fazer serviço completo. O Supremo já deu um parecer, então porque a Polícia Militar não leva os B.O.s [boletins de ocorrência] direto para a promotoria?”, questiona.
Perguntado sobre a possível eleição de Rodrigo e derrota de seu partido, Tobias garante que se empenhará pela cidade, apesar de estar magoado com críticas feitas ao governo do Estado. “Eu sou deputado de Bauru. Minha obrigação é trabalhar pela cidade, sem dúvida nenhuma. Mas ou eles fizeram de propósito ou não enxergam, falaram mal tanto do governo do Estado quando tantas obras são feitas na cidade. Isso deixa a gente um pouco magoado.”
Fonte: www.redebomdia.com.br
Vinha pensando no carro, durante a viagem de volta de Pirassununga a São Paulo neste chuvoso final de tarde de quinta-feira, em escrever sobre a paisagem que encontrei na estrada _ na verdade, uma grande avenida urbanizada de 150 quilômetros até Limeira, com conjuntos de prédios, fábricas, grandes depósitos, shopping centers e até universidades às margens das terras onde antes se plantava comida.
De Limeira pra frente, agora é só cana dos dois lados da rodovia, com uma ou outra ilha sobrevivente dos laranjais que já fizeram a fama da região. Bem, vinha pensando nisso, depois de passar dois dias fazendo uma reportagem na Academia da Fôrça Aérea, sem ouvir ninguém falar em crise, bolsa, dólar, Obama e MacCain, querelas da campanha municipal e todas aquelas notícias apropriadamente chamadas de enguiçadas pelo grande Tutty Vasquez.
Foi quando caímos na besteira de mudar o rádio de estação e caímos direto nas últimas notícias sobre o conflito entre policiais civis, em grave há um mes, e tropas da Polícia Militar, nas vizinhanças do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, que deixou mais de 20 feridos. Os civis queriam falar com o governador José Serra na marra, mas ele não estava lá.
À medida em que o tempo passava, a coisa foi ficando mais feia porque no perigoso confronto entre as polícias, como era de se esperar, ora pois, os dois lados estavam armados.
De um lado, a PM com a cavalaria e a Tropa de Choque, que começou atirando balas de borracha e bombas de efeito moral, acertando quem estivesse pelo caminho, mesmo que fossem apenas transeuntes.
De outro, os grupos de elite da Polícia Civil: os temidos GOE (Grupo de Operações Especiais) e Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), que não faziam questão de esconder suas armas. Sobre um carro de som traziam um caixão com foto de Serra e uma faixa: “Aqui jaz ex-futuro presidente”
Entre uma tropa e outra, não se viu a figura do secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que, teoricamente, manda nas duas polícias e poderia servir como um moderador diante do impasse. Em campanha salarial, os policiais civis reivindicam 15% de aumento; o governo oferece 6,2%.
Do Memorial da América Latina, onde se encontrava participando de um evento, o governador tucano José Serra mandou dizer que “com greve não há acordo”.
Serra trouxe a questão salarial para o campo político, acusando o PT, o PDT, a Fôrça Sindical e a CUT pela violência na manifestação.”Tem até líder do PT na Assembléia querendo tirar uma casquinha”, denunciou.
O presidente do PT de São Paulo, vereador reeleito José Américo Dias, contra-atacou: “O Serra está querendo, de forma oportunista, jogar nas costas do PT um problema que é dele”.
Não consegui entender ainda qual vantagem política, a 10 dias da votação do segundo turno, os partidos que apóiam Marta ou Kassab poderiam tirar da greve da polícia civil e do confronto com a PM, já que isso prejudica o conjunto da população.
Sem dar qualquer brecha para reabrir as negociações, Serra encerrou o assunto: “Negociar com arma na mão não dá”. Também acho. Mas cabe perguntar: por que se permitiu que a situação chegasse a este ponto, um mês após o início da greve? Estava todo mundo preocupado com outros problemas? Onde estava o Secretário da Segurança?
Entre avanços e recuos, a passeata de 2 mil policiais civis não conseguiu chegar às portas do Bandeirantes. Por volta das sete da noite, voltou para a praça Jules Rimet, em frente ao Estádio do Morumbi, onde a manifestação começou. Fariam uma assembléia para decidir os próximos passos do movimento, bem no momento em que escrevo este texto.
Lembrei-me de um episódio com o governador Milton Campos, grande figura da antiga UDN mineira. Ao ser comunicado que seu chefe de polícia estava pensando em mandar um trem com tropas para enfrentar uma greve de professores no interior, indagou, candidamente:
“Mas não seria melhor mandar o trem pagador?”
(http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/)