Bistrô da Poesia
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Manifesto de um servidor inconformado
 
Senhor governador, com o devido respeito peço permissão para me manifestar. Eu nasci na década de 70 e dessa época não tenho muito para contar. Não fui ativista na Revolução e por este fato chego até a lamentar. Não participei dos movimentos que visavam igualdade, liberdade e não pude discutir qual era o melhor para o meu país pois naquela época minhas principais preocupações eram a chupeta e a mamadeira.
Mas eu cresci senhor governador, e aprendi noções de cidadania. Ao contrário de muitos, esses conceitos foram arraigados e passaram a fazer parte dos meus princípios mais importantes. Aprendi a amar meu país, meu povo e por isso até hoje procuro levar aos pequenos esse mesmo amor que eu mesma sinto por essa pátria sofrida que ainda é açoitada por seus próprios governantes. Hoje, senhor governador, sou membro de uma corporação que seu governo insiste em desprezar e tratar como se fôssemos nós os foras-da-lei e não aqueles a quem combatemos todos os dias, enfrentando o medo, o instinto de auto-preservação, sempre em prol da coletividade que juramos proteger acima até mesmo das nossas próprias vidas, mas da qual me orgulho e busco a cada dia valorizar.
É essa corporação, senhor governador, que mantém a ordem e não o contrário. Somos trabalhadores da justiça e estamos sendo tratados como escória da sociedade. Nossos instrumentos de trabalho são obsoletos, nossa própria segurança é colocada em risco mesmo quando defendemos a segurança pública e nossos salários são defasados desde que sua legenda assumiu o governo do meu estado, esse tão rico e desenvolvido Estado de São Paulo.
E então eu me pergunto até que ponto a nossa categoria será tão aviltada por rixas de um passado do qual eu sequer participei! Eu não fiz parte da geração que por imposição do alto escalão coibiu a liberdade de expressão mas há pouco tempo tive de me calar diante da mídia porque o seu governo considerou que não tínhamos o direito de nos manifestarmos pelo mesmo meio que é utilizado por todos para reivindicar um  direito que é garantido por lei. Seus asseclas jogam terra sobre a Carta Magna e dizem que não podemos nos unir e fortalecer a nossa classe. A mordaça voltou a ser usada com ‘fundamento legal’ e ordem judicial. Não somos nós quem criamos pânico na sociedade e sim o seu descaso diante da vergonha com que trata as polícias civil e militar, essas mesmas polícias que defendem diuturnamente a sua segurança e de toda a população paulista.
E agora, senhor governador, com a devida vênia, nós vamos sim nos organizar e mostrar para quem quiser conferir o nosso poder de união. Não seremos mais uma voz ao vento, carregada sem eco, nosso brado será ouvido em cada canto do país e conseguiremos mostrar que nossa luta é por dignidade e por justiça, essa mesma justiça que garantimos para todo cidadão de bem.
Não calarão mais a nossa voz, não nos impedirão de irmos à luta! Lutaremos por melhores condições de trabalho, de vida e para que deixemos de ser acorrentados à uma fogueira de rancores que nada têm a ver com a nossa instituição. O homem que aprende a lutar por seus direitos não consegue mais se calar, ainda que lhe tapem a boca, cortem-lhe os dedos e arranquem-lhe as pernas... Ainda que tudo isso seja praticado, sobrará a liberdade de pensar, e mesmo que apenas no campo da idéia possamos visualizar a luta por nosso direito, sempre haverá quem a possa propalar. E é em nome desse direito, senhor governador, que sempre iremos batalhar.
 
Eu sou POLICIAL CIVIL senhor governador  e é em nome do meu orgulho como profissional que venho lhe avisar: EXIJO RESPEITO PELA MINHA PROFISSÃO, PELO MEU AMOR E DEDICAÇÃO E ISSO O SENHOR JAMAIS IRÁ ME TIRAR! E É POR ISSO QUE ME DIRIJO AO SENHOR COM O DEVIDO RESPEITO QUE NUNCA RECEBI DE VOLTA DA SUA PARTE, ENQUANTO CIDADÃO E SERVIDOR INCONFORMADO QUE HOJE SOU!
                                              
         Escrito aos 24/08/2008
Akasha De Lioncourt
Enviado por Akasha De Lioncourt em 24/08/2008
Alterado em 25/08/2014
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